Ver Braga Por Um Canudo
Sempre me intrigou quando o meu avô se saía com a expressão «ficaste a ver Braga por um canudo» ou «ficou a ver Braga por um canudo» ao querer referir-se a uma acção encetada que por pouco não atingira os seus objectivos, numa espécie de equivalente ao popular «morrer na praia».
É claro que não era essa equivalência, esse quase conseguir, que me intrigava, mas a forma como a frustração era expressa – se «morrer na praia» dava conta, na sua totalidade, desse exaurir final que impedia que algo se concretizasse apesar de todos os esforços, de todas as expectativas e de tudo estar bem encaminhado para um fim feliz, já «ficar a ver Braga por um canudo» tinha outras ressonâncias que não se prendiam com este baque inesperado que deitava tudo a perder e do qual a frustração resultante mal se apercebia no colorido do enunciado.
Passados tantos anos finalmente consegui desvendar a intriga e perceber o verdadeiro sentido do canudo...
Mais vale tarde que nunca...
ResponderEliminarE afinal o canudo fica mesmo ali...
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